domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quando o coração dispara, o que fazer?

As arritmias cardíacas ocorrem quando a sequência dos batimentos cardíacos apresenta uma anormalidade. Ou seja, eles devem ocorrer normalmente de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm), mas quando este número ultrapassa 100 bpm, chamamos de taquicardia. Já se eles ficam demasiado devagar, com menos de 60 bpm, chamamos de bradicardia. Outro caso de arritmia é quando as vias elétricas condutoras apresentam alguma anormalidade. A arritmia pode não apresentar sintomas, no entanto, um ataque cardíaco pode ser evitado e revertido se o paciente receber atendimento rápido.
A taquicardia pode ser de origem congênita (quando a pessoa já nasce com esta irregularidade na sequência dos batimentos cardíacos) ou adquirida, devido a diversos fatores. As causas mais comuns são as doenças cardíacas. Muitos medicamentos podem acarretar o problema, daí a importância de exames frequentes. Entre eles, estão os fármacos que contenham estimulantes (utilizado para problemas respiratórios e alergias, como os broncodilatadores, as populares bombinhas para asma). A taquicardia pode ser desencadeada também pela prática de exercícios físicos, tensão emocional, consumo excessivo de álcool ou tabagismo.
Para o diagnóstico, é importante ficar atento ao histórico familiar e na suspeita de alguns sintomas como palpitações, cansaço fácil, tonturas e desmaio, procurar um cardiologista para realizar alguns exames, como o ecocardiograma, visando detectar problemas no coração.
Em um caso de emergência, o eletrocardiograma (ECG), pode detectar rapidamente o problema e então o tratamento adequado é agilizado, aumentando as chances de reverter a situação. Existe um aparelho portátil de ECG (Holter) que possibilita uma análise da frequência cardíaca do paciente. Ele deve ficar 24 horas com o aparelho, para que possa ser detectada, a partir de uma representação gráfica da corrente elétrica que desencadeia os batimentos cardíacos, a existência de alguma anomalia. Além disso, o aparelho permite relacionar a arritmia aos sintomas que o paciente apresenta, uma vez que este deve preencher uma ficha com as atividades que realizar os indícios apresentados e seus horários.
Outro exame é o Estudo Eletrofisiológico, onde são introduzidos na veia, cateteres com eletrodos minúsculos na extremidade até chegar ao coração. Isto estimula o coração ao mesmo tempo em que se torna possível a percepção de anormalidades, para que então sejam detectados os tipos de arritmias e seja feito o tratamento adequado.
Qualquer arritmia que altere a capacidade do coração de bombear sangue para o restante do corpo de forma adequada é grave. Quando há a perda total da função cardíaca, que ocorre no máximo em uma hora após início dos sintomas e de forma inesperada, ocorre a morte súbita cardíaca, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, que acomete mais de 310 mil mortes por ano no Brasil e representa 50% das mortes por doenças cardíacas.

O tratamento depende do tipo de arritmia, mas no caso da taquicardia os fármacos antiarrítmicos são muito benéficos.
Da mesma forma que se implanta um marca-passo (usado com maior frequência no tratamento das arritmias mais lentas) pode-se colocar cirurgicamente um desfibrilador que irá detectar automaticamente as arritmias rápidas e emitir uma descarga para normalizar a situação.

Fonte:
Morelli F. O que fazer quando o coração dispara. Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/noticias/o-que-fazer-quando-o-coracao-dispara-192408-1.asp. Acesso em 12 de fev. 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Síndome do Coração Partido

A síndrome do coração partido é uma doença que simula um Infarto do Miocárdio (ataque cardíaco), caracterizada por dor no peito, ocorrendo depois de uma situação de forte estresse emocional.

A síndrome do “coração partido” atinge principalmente mulheres, com histórico de forte estresse físico ou emocional.

Os primeiros relatos da síndrome do “coração partido” surgiram no Japão no início dos anos 90. Em 2001, o primeiro estudo com 88 pacientes foi divulgado na revista do Colégio Americano de Cardiologia e, após essa primeira publicação, novos casos foram relatados em países do Ocidente. Conhecida cientificamente como acinesia apical transitória, a síndrome do “coração partido” foi batizada pelos japoneses de síndrome de Tako-tsubo, ou síndrome da Armadilha de Polvo, porque suas imagens no cateterismo cardíaco assemelham-se às armadilhas usadas pelos pescadores para apanhar polvos. Aqui no Brasil, vários casos já foram diagnosticados.
Os sintomas simulam um infarto agudo do miocárdio, com dor no peito menos intensa que o habitual, com alterações no eletrocardiograma e nas enzimas cardíacas (dosadas no sangue). O ecocardiograma e o cateterismo selam o diagnóstico, já que as artérias do coração apresentam-se sempre normais, sem obstruções. A causa que leva a este quadro ainda não está bem esclarecida, mas várias teorias apontam para a liberação de hormônios tais como: adrenalina e noradrenalina, nos casos de estresse, que atuariam sobre a inervação da ponta do coração, impedindo sua contração. Apesar de ainda existirem várias controvérsias a respeito das causas, há consenso que após a fase aguda, a recuperação do coração é espontânea e total, não deixando seqüelas, e não se tem notícia de repetição do quadro. A dúvida dos cientistas é saber se o coração feminino é realmente mais sensível que o do homem e se "quebra" com mais facilidade em caso de fortes emoções.


Fonte:

Bozza, A. A síndrome do coração partido. Disponível em http://www.incl.rj.saude.gov.br